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Traduzido por Maria João Fonseca. Quando lê o jornal, como é que sabe no que deve acreditar? Ed Walsh guia-o e aos seus alunos através do campo minado da ciência nos meios de comunicação social.
A ciência está à nossa volta – mas a pseudociência também. Poucos de nós leem os artigos científicos originais que estão por trás de cada história de ‘ciência’, por isso como sabemos no que podemos acreditar? E porque é que nem todas as histórias sobre ciência que surgem nos meios de comunicação social são fidedignas? Esta actividade educativa pretende ensinar aos alunos:
Muitas vezes, quando existem várias causas, é difícil perceber qual é exactamente aquela que provoca um resultado específico, tal como o aparecimento de rugas, especialmente quando estas causas estão interligadas. Num estudo científico, tentamos fazer variar apenas um elemento de cada vez. Por vezes, isto pode ser difícil, e temos que pensar numa forma de ter essa limitação em consideração, ou então desenvolver outro tipo de estudo.
Explique aos alunos que existem dois tipos principais de estudos que os cientistas podem usar para responder a esta questão, um estudo de observação e um estudo de intervenção. Os estudos de observação são aqueles em que os cientistas procuram pessoas que já introduziram nas suas vidas as mudanças que eles estão a estudar (ex. quem tem estado a utilizar azeite na sua dieta e quem não o tem feito?)
Peça aos alunos para reflectirem acerca das vantagens e desvantagens deste tipo de estudo.
Sublinhe que os estudos de observação recorrem a comportamentos já existentes, pelo que a sua realização é mais simples e económica, mas podem acarretar dificuldades no isolamento de variáveis individuais. As pessoas no grupo de estudo podem muito bem utilizar diferentes quantidades de azeite nas suas dietas, mas haverá certamente muitas outras diferenças. Como resultado, pode ser extremamente difícil determinar claramente a medida em a presença de azeite constitui um factor significativo na prevenção do aparecimento de rugas na pele.
Explique aos alunos que os estudos de intervenção (‘ensaios’) são aqueles em que os cientistas controlam as variáveis (ex. um indivíduo vai incluir azeite na sua dieta, mas o outro não vai).
Explique aos alunos que em 2001 foi realizado um estudo científico detalhado acerca do aparecimento de rugas na pele de pessoas que viviam na Suécia, Grécia e Austrália, cujos resultados irá partilhar com eles. Dependendo da idade e competências dos alunos, poderá fazer isto através de uma (ou mais) de três formas diferentes:
O editor deixou bem claro que eles querem algo apelativo acerca de como os leitores podem desfrutar do sol de Verão sem que este os afecte. Fazer com que o editor fique satisfeito pode ser difícil, porque a investigação tem limitações e não apresenta uma resposta clara. As peças devem ser escritas com letra visível em cartolina e expostas pela sala.
Alguns alunos podem pensar que as notícias de jornal fazem com que as mensagens importantes de artigos científicos crus se tornem acessíveis a uma maior variedade de pessoas. Outros podem pensar que não é assim tão simples, e que, se se pretende ter a pele macia quando se for mais velho, poderá ter que se fazer um pouco mais do que consumir mais azeite. Alguns podem pensar que simplificar a história de forma a torná-la mais acessível, deixando de fora as advertências, também a tornou enganosa.
Peça aos alunos para levantarem o braço – se deixariam imediatamente de usar manteiga ao verem um cabeçalho no jornal do dia seguinte, ‘Estudo científico demonstra que a manteiga causa cancro de pele’.
Este estudo (br Purba et al., 2001) foi concebido com o objectivo de verificar se existia uma correlação entre a ingestão de diversos alimentos e o aparecimento de rugas na pele em locais ue recebem quantidades significativas de luz solar.
O estudo incluiu quatro grupos:
Grupo 1: 177 pessoas nascidas na Grécia, mas que vivem agora em Melbourne, Austrália
Grupo 2: 69 pessoas nascidas na Grécia e que vivem na Grécia rural
Grupo 3: 48 Australianos anglo-celtas que vivem em Melbourne
Grupo 4: 150 pessoas nascidas e que ainda vivem na Suécia.
Eles estavam a participar no estudo “Hábitos alimentares na vida adulta” da União Internacional de Ciências da Nutrição (International Union of Nutritional Sciences, em inglês), e as suas ingestões alimentares eram medidas e a sua pele avaliada.
Os resultados mostraram que as pessoas incluídas no Grupo 4 desenvolviam menos rugas em locais expostos ao sol, seguidas pelas pessoas dos grupos 1,2 e 3. A análise dos dados e a identificação da correlação com grupos de alimentos sugeriram que pode haver menos danos cutâneos naquelas pessoas que ingerem mais vegetais, azeite, peixe e legumes, e menos manteiga e margarina, lacticínios e açúcares.
Taxas elevadas de ingestão de vegetais, legumes e azeite aparentaram conferir protecção contra o aparecimento de rugas, enquanto que uma ingestão levada de carne, lacticínios e manteiga pareceu ter o efeito oposto.
Este estudo demonstra que o aparecimento de rugas na pele de pessoas mais velhas de várias etnias em locais de exposição solar pode ser influenciado pelos tipos de alimentos que estas consumem.
By Angela Dowden 13/06/2006
With temperatures soaring to record levels, it’s vital to protect yourself from the Sun’s rays. Here are the foods that can help…
By making a few simple changes to your diet, you can help protect your skin from sunburn, ageing and even cancer. Of course, you also need to keep wearing your sun lotion and a hat and stay in shade during the heat of the day, but here’s how to get some of your SPFs [sun-protection factors] on a plate…
Um estudo Australiano de 2001demonstrou que o azeite (juntamente com fruta, vegetais e legumes) conferia uma protecção quantificável contra o aparecimento de rugas. Deve ingerir mais azeite usando-o como tempero em saladas ou para molhar pão, em vez de usar manteiga.
Bad Science é um livro (Goldacre, 2008), uma coluna no jornal The Guardian e um websitew3 da autoria de Ben Goldacre, um escritor premiado e locutor especializado em desmontar argumentos científicos duvidosos feitos por jornalistas sensacionalistas, relatórios governamentais ambíguos, corporações farmacêuticas maléficas, relações públicas e charlatanices. Promove um cepticismo saudável como forma de detectar utilizações poderosas e eficientes de ciência e as suas utilizações incorrectas e abusos.
Ed Walsh, consultor científico do Cornawall Learning, pegou em oitos dos estudos-de-caso do livro e adaptou-os em aulas para estimular os alunos (idades 14-16) e os incentivar a pensar por si próprios e a usar a abordagem Má Ciência. Para descarregar os restantes materiais educativos, visite o website Bad Science for Schoolsw4.
O artigo está disponível gratuitamente aqui: www.jacn.org/cgi/reprint/20/1/71.pdf
Para encontrar mais fotografias disponíveis gratuitamente que pode usar, tente o Flickr (www.flickr.com) e o website Alemão Pixelio (www.pixelio.de).
Para uma revisão mais extensiva de bases de dados de imagens gratuitas para aulas de ciências, consulte:
Science in School (2006) Free image databases. Science in School 1: 87. www.scienceinschool.org/2006/issue1/web
Hayes E (2011) Review of Bad Science. Science in School 18. www.scienceinschool.org/2011/issue18/badscience
Este artigo permite aos aulos pensar cientificamente acerca do que ouvem ou leem nos meios de comunicação social. Começando com uma dramatização, a actividade desencadeia o seu raciocínio e a discussão em grupo. A actividade está relacionada com a digestão e a saúde, e seria, por isso, adequada a aulas de biologia, mas a sua estrutura poderia ser usada em qualquer aula de ciência, para estimular o pensamento crítico.
Para alunos de idades entre 14-16 anos de idade, a actividade poderia ser usada tal como é descrita. Parar alunos mais jovens (11-13 anos de idade), este artigo poderia estimular o professor a utilizar os meios de comunicação social cuidadosamente para sensibilizar os alunos acerca de tópicos científicos, ou como a base de discussões em grupo-turma acerca de tópicos relacionados com o currículo.
No final da actividade, uma discussão geral poder-se-ia estender para além do currículo de ciências, examinando as implicação da dieta, exposição solar e cirurgia estética.
Stephanie Maggi-Pulis, Malta