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Tabela I: Planeamento da experiência (Word)
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Traduzido por Guadalupe Jácome. Vered Yephlach-Wiskerman apresenta um projeto de investigação em sala de aula sobre a capacidade de biorremediação do feto aquático Azolla.
Quando solos ou corpos de água estão contaminados com metais pesados, solventes ou crude, uma opção importante para a sua recuperação é a biorremediação: o uso de microrganismos ou plantas que absorverão os contaminantes e ou os metabolizam originando compostos menos perigosos ou os acumulam permitindo a sua remoção.
São aplicações comuns de biorremediação a limpeza de locais de mineração ou de derrames de petróleo. A fitorremediação (do grego phyto – planta) tira partido da capacidade natural de certas plantas para conter, degradar ou remover substâncias químicas tóxicas e poluentes do solo, lodo, sedimento ou águas subterrâneas.
A Azolla é uma destas plantas: este género de fetos dulçaquícolas flutuantes acumula metais pesados como o níquel, o cádmio ou o mercúrio (Arora et al., 2006); a sua biomassa é de fácil armazenamento e seca rapidamente (Wagner, 1997). Estas características tornam-no num candidato perfeito para sistemas de biorremediação (Cohen, 2004), no entanto, é sempre importante avaliar o impacto potencial da introdução de uma espécie nova num ecossistemaw1, w2. A Azolla vive em simbiose com a cianobactéria Anabaena azollae que pode fixar o azoto atmosférico. Esta independência de uma fonte de azoto externa permite que, à temperatura ambiente, o feto duplique a sua biomassa no intervalo de dois ou três dias e é a razão pela qual é utilizado há séculos como adubo verde nos férteis campos de arroz da China.
Esta planta é uma optima ferramenta para realizar projetos interdiscipinares envolvendo a ecologia, a biologia a química e a biotecnologia. Num projeto deste tipo os alunos podem desenvolver competências essenciais para o trabalho científico: formular problemas e hipóteses, planear experiências, registar resultados e inferir conclusões.
Durante a aula, o professor deve introduzir o tópico da biorremediação e os alunos devem procurar informação sobre a Azollaw1, w3, w4, w5, w6, w7, w8 (Arora & Saxena, 2005), como a morfologia das plantas aquáticas em conparação com a das plantas terrestres, a importância da simbiose, o ciclo do azoto, o uso de Azolla na agricultura (Pabby et al., 2004), e a sua capacidade para absorver metais pesados.
O professor deve auxiliar os alunos a formular as questões e hipóteses que gostariam de investigar. Alguns tópicos possíveis incluem a medida do aumento da biomassa em função das condições de crescimento (ex. níveis de CO2 níveis de ferro na água, quantidade de luz) ou o efeito da Azolla na qualidade da água.
Os grupos devem ser de dois ou três alunos e cada experiência deverá ser repetida três vezes para confirmação. Grupos diferentes podem trabalhar em diferentes aspetos da planta ou no mesmo tópico para replicar uma dada experiência. Na sessão final, os resultados podem ser apresentados e discutidos na aula.
A Tabela 1 pode ajudar os alunos a planear a experiência. Pode também fazer-se o download da tabela a partir do website da Science in Schoolw8.
Detalhes da experiência | Respostas | |
---|---|---|
1 | Formule a sua hipótese | |
2 | Qual o fundamento biológico da sua hipótese? | |
3 | Qual a variável dependente que pretende medir na sua experiência? Em que unidades? | |
4 | Qual ou quais são a(s) variável(eis) independente(s) que pretende alterar para estudar o seu efeito sobre a variável do passo 3? Como fará essa alteração? | |
5 | Quais são as variáveis fixas da experiência – aquelas que não mudarão? | |
6 | Descrimine o sistema de controlo que pretende utilizar e explique a sua importância. |
Em seguida, os alunos devem elaborar uma tabela de resultados e representá-los graficamente. Devem escolher qual o tipo de gráfico mais adequado (linha ou gráfico de barras, por exemplo).
Abaixo apresenta-se um exemplo de projeto adequado a alunos do 10 ao 12º ano (idades entre os 16 e os 18 anos). Utilisámos Azolla filiculoides mas qualquer uma das sete espécies do género Azolla serve. Podem ser facilmente adquiridas em viveiros ou centros de jardinagem, lojas de aquariofilia ou online.
Hipótese/questão a investigar: a Azolla diminuirá a condutividade da água porque absorve iões metálicos disponíveis. Será qua a Azolla influencia a qualidade da água de outras formas?
Para testar esta hipótese e responder à questão inicial, monitorizar-se-ão, durante duas semanas, vários parâmetros que indicam a qualidade da água. Além de medir a condutividade, também decidimos investigar alguns aspetos da qualidade da água que são fáceis de testar e para os quais havia equipamento disponível.
Os alunos devem estar familiarizados com a fisiologia vegetal básica e a utilização de instrumentos/procedimentos.
Em condições ideais, utilizar-se-ia água contaminada para que a planta possa demonstrar a sua capacidade de biorremediação, porém, tal não seria seguro. Contudo, podem adicionar-se à água da torneira metais existentes nos reagentes da escola e usar a mistura.
Para tornar a investigação mais significativa, pode usar-se um terceiro recipiente com uma planta aquatica que não absorva metais como por exemplo a lentilha de água (Lemna spp).
Em alternativa, recolha amostras diáriamente, congele-as e analise-as todas no final da experiência.
Não adicione nem mude a água durante a experiência
Como os iões metálicos são absorvidos pela Azolla, a condutividade deverá diminuir ao longo do tempo..
Os níveis de ferro devem diminuir ao longo dos tempo visto que se trata de um elemento essencial à atividade da nitrogenase. Se a diponibilidade de ferro for demasiado baixa as frondes da Azolla ficam amarelas e murcham.
Devido à presença de cianobactérias simbiontes, a Azolla pode sobreviver sem qualquer suplemento de azoto para além do ar atmosférico, mas a taxa de crescimento diminuirá. Assim, espera-se que ocorra uma pequena diminuição no teor de nitrato na água.
A respiração celular da planta deve aumentar a concentração de CO2, diminuindo o pH.
Se a salinidade aumentar, tal deve suceder igualmente em ambos os recipientes – deverá ser o resultado da evaporação uma vez que a Azolla não absorve iões cloreto.
Como control, pode determinar-se o conteúdo bacteriano medindo a turbidez da água com um espectrómetro ou um medidor de turbidez, ou medindo a concentração de colónias usando o método da diluição, inoculação por isolamento e contagem das colónias de bactérias num meio de agar. Teores bacterianos diferentes nas amostras de água iniciais podem influenciar a qualidade da água e falsificar resultados uma vez que as bactérias podem também absorver nutrientes e metais.
As cianobactérias que vivem em simbiose com a Azolla produzem uma neurotoxina e portanto a planta não deve ser ingerida. Além disso, algumas espécies de Azolla são consideradas “ervas daninhas” e são plantas invasivas em muitos países de modo que as plantas devem ser eliminadas de forma segura após o seu uso. Ver também o aviso de segurança geral.
Harwood R, Starr C (2006) Environmental chemistry: water testing as part of collaborative project work. Science in School 2: 34-37. www.scienceinschool.org/2006/issue2/envt
Manter o ambiente limpo e livre de poluição bem como monitorizar o ambiente são grandes peocupaçãoes na atualidade e estes são temas estudados nas aulas de ciências. Processos naturais de limpar o ambiente, como a biorremediação por plantas e mocrorganismos são ideais e têm sido estudados ao longo de muitos anos. Este artigo mostra como uma planta vulgar, a Azolla, pode ser usada para demonstrar a biorremediação na sala de aula. As atividades promovem o desenvolvimento das competências no âmbito do pensamento científico, uma parte essencial da componente “como funciona a ciência” do curriculum. Uma versão simplificada desta atividade poderia ser usada com alunos mais jovens.
As experiências podem ser relacionadas com a Química – testes de catiões e aniões e titulações. A atividade também tem relação com a Microbiologia e a Biotecnologia uma vez que os alunos podem aprender as bases de como pode ser monitorizada a qualidade microbiológica da água. Como uma extenção da atividade, os alunos poderiam usar a Internet para perceber como se podem usar microrganismos para limpar derrames de crude e como poderão ser selecionados ou geneticamente modificados para lidar com problemas de contaminação específicos.
Shelley Goodman, UK
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