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Fichas de trabalho 1-3 (document Word combinado)
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Traduzido por Maria João Fonseca. O tópico dos polímeros encontra-se frequentemente limitado às aulas de química. O projecto Establish disponibiliza algumas actividades práticas para investigar estes materiais e algumas das suas aplicações médicas.
Nós utilizamos polímeros todos os dias, por exemplo sob a forma de plásticos, revestimentos e papel, e em produtos como fraldas e champôs. Os polímeros são moléculas de grandes dimensões constituídas por unidades estruturais repetidas.
As actividades que se seguem foram desenvolvidas para ajudar os alunos a estabelecer ligações entre o mundo macroscópico dos materiais que conseguimos ver e o mundo submicroscópico das partículas (átomos e moléculas) que não conseguimos ver, utilizando aplicações reais. Recorrem à abordagem de aprendizagem por inquérito, através da qual os alunos são encorajados a desenvolver as suas ideias com base nas suas observações das actividades práticas e posteriormente a testá-las em contextos novos.
Na primeira actividade, alunos de 13-15 anos de idade investigam a difusão de líquidos através de diferentes tipos de membranas poliméricas (Ficha de trabalho 1). De seguida, são levados a considerar uma aplicação de membranas em medicina: a forma como funciona o rim humano e como as suas funções podem ser controladas por uma máquina de diálise (Ficha de trabalho 2). O objectivo específico é compreender porque é que algumas moléculas são removidas do sangue durante a diálise enquanto outras não são. Os alunos devem também prever o que aconteceria se o fluído de diálise fosse água, levando-os à compreensão da osmose.
Na segunda actividade, alunos de 15-17 anos de idade fazem membranas de policloreto de vinilo (PVC) e investigam o seu comportamento físico e químico. Posteriormente fazem e testam uma membrana antibacteriana de PVC (Ficha de trabalho 3). Como extensões desta actividade, os alunos podem investigar membranas feitas com diferentes plastificantes, ou determinar a eficácia antibacteriana de membranas contendo diferentes metais ou diferentes quantidades de metais.
As três fichas de trabalho podem ser descarregadas em formato Word ou PDF do website da Science in Schoolw8.
Nesta actividade, é pedido aos alunos que reflictam acerca do mundo invisível dos átomos e das moléculas e, através da sua compreensão da actividade, irão perceber a natureza particulada da matéria. Estas actividades podem ser usadas para demonstrar quer a existência de moléculas, quer os diferentes tamanhos dessas moléculas. Os alunos investigam a difusão de partículas através de diferentes tipos de membranas, e de seguida aplicam o que aprenderam a uma situação em que devem considerar o rim e a diálisew1.
Os alunos já terão tomado contacto com a utilização de crivos para separar misturas e a necessidade de utilizar um crivo de porosidade adequada. O professor pode recorrer ao contexto de embalar comida para introduzir o conceito de membranas de plástico, podendo depois o aluno levar a cabo a investigação descrita em baixo com diferentes membranas. O professor deve estimular a discussão de possíveis explicações para os resultados. Se necessário, pode encorajar o desenvolvimento da ideia de que há partículas de diferentes tamanhos e membranas com poros de tamanhos também diferentes.
A ideia é utilizar uma variedade de películas/ membranas, como por exemplo sacos plásticos baratos, películas de embalar comida ou sacos para alimentos, para investigar o movimento de partículas de iodo através de diferentes membranas. Os alunos devem preparar várias experiências, conforme sugerido na Tabela 1. O professor deve testá-las antecipadamente, para se certificar que permitem obter uma diversidade de resultados suficientes.
Tubo número |
Membrana |
---|---|
1 |
Sem membrana |
2 |
Tampa de frasco de compota |
3 |
Saco plástico ou película aderente |
4 |
Luva de látex |
Os alunos devem aprender a:
Investiga o movimento das partículas de iodo através de diferentes membranas. Faz um pequeno saco a partir da cada membrana e coloca-o num tubo contendo solução de amido, conforme ilustrado na Figura 1. Verte uma porção de solução de iodo em cada saco e observa o que acontece.
Cor no início |
No saco pequeno |
||||
---|---|---|---|---|---|
No tubo |
|||||
Cor no final |
No saco pequeno |
||||
No tubo |
1 | 2 | 3 | 4 | ||
---|---|---|---|---|---|
Cor no início |
No saco pequeno |
||||
No tubo |
|||||
Cor no final |
No saco pequeno |
||||
No tubo |
O rim humano é um órgão espantoso, que tem duas funções essenciais: a manutenção do equilíbrio hídrico no organismo, e a excreção de ureia, sais e água. Todos os dias, os rins filtram 180 l de fluído a partir do sangue – a maior parte do qual é reabsorvido, juntamente com todos os nutrientes que o organismo ainda precisa, tais como glicose e aminoácidos. A partir dos 180 l de fluído que filtram, os rins produzem cerca de 2 l de urina, contendo resíduos como a ureia, que é tóxica para o organismo. A urina é então armazenada na bexiga antes de ser excretada.
Se os rins de uma pessoa falharem, a morte ocorrerá em cerca de quatro dias, uma vez que a ureia se acumula e o organismo perde o controlo do seu equilíbrio hídrico. A vida da pessoa pode ser salva com a ajuda de diálise; tipicamente isto envolve três visitas por semana ao hospital. Durante a diálise, que demora cerca de seis a oito horas, o sangue é removido do organismo do paciente através de um tubo, e circula até uma máquina onde passa junto a um filtro designado por membrana de diálise. Uma solução de diálise específica circula do outro lado da membrana. A composição desta solução assegura que a ureia passa através da membrana desde o sangue até ao fluído de diálise, mas a glicose e os aminoácidos não. O sangue – sem ureia – é então devolvido ao corpo.
Nesta actividade, os alunos fazem membranas de PVC e investigam o efeito de um plastificante nas propriedades físicas e químicas da membrana (estas membranas também podem ser utilizadas na primeira actividade). Os alunos fazem então uma membrana de PVC contendo partículas de prata, e testam as suas propriedades antibacterianas, incubando-a durante a noite.
Para uma investigação mais avançada, os alunos poderão compreender melhor as propriedades antimicrobianas da membrana, incorporando diferentes concentrações de prata em membranas e examinando o efeito da concentração nas zonas de inibição observadas. Exemplos característicos são apresentados à direita.
Estirpes não patogénicas de Escherichia coli podem ser obtidas a partir da American Tissue Culture Collection (ATCC)w2. BAA 1427. Especificamente, a estirpe BAA 1427 é uma estirpe substituta não patogénica indicada para utilização nesta experiência.
O polímero policloreto de vinilo (PVC) é um plástico durável e económico utilizado em tubagens, sinais rodoviários e roupa. Frequentemente são adicionados plastificantes para o tornar mais flexível e fácil de manipular. Nesta actividade, irás fazer uma membrana de PVC com e sem plastificante, e comparar as suas propriedades físicas e químicas.
As membranas antimicrobianas são utilizadas em muitas tecnologias médicas, e são produzidas através da incorporação de micropartículas de prata e de outros metais nos polímeros. Na presença de oxigénio (no ar) e água, as partículas de prata elementar reagem, formando iões prata (Ag2+), que podem degradar paredes celulares, inibir a reprodução celular e perturbar o metabolismo de algumas bactérias, vírus, algas e fungosw3, w4.
Nota de segurança: Todos os procedimentos devem ser realizados numa hotte. O tetrahidrofurano é um líquido altamente inflamável e o seu vapor pode causar severas irritações oculares. Deve ser manipulado cuidadosamente numa hotte e devem ser usadas luvas quando este for utilizado.
Repetir os procedimentos descritos em cima para fazer mais quarto membranas de PVC, cada uma das quais com uma quantidade diferente de plastificante adicionado ao solvente aquecido (ver Tabela 4).
Amostra no. |
PVC (g) |
Solvente (ml) |
Sebacato de dibutilo (ml) |
---|---|---|---|
1 | 1.5 | 20 | 0.5 |
2 | 1.5 | 20 | 1 |
3 | 1.5 | 20 | 2 |
4 | 1.5 | 20 | 3 |
A preparação de PVC contendo partículas de prata implica que as membranas tenham poros maiores, utilizando-se por isso um plastificante. A prata é adicionada sob a forma de nitrato de prata, que é então reduzido, utilizando citrato de sódio.
De seguida, podes investigar as propriedades antibacterianas das membranas preparadas.
Nota de segurança: Como em todos os estudos microbiológicos, devem ser sempre utilizados materiais esterilizados (quer numa autoclave, quer numa panela de pressão, ou mergulhados em etanol e depois flamejados). Isto inclui as tesouras que usas para cortar a membrana. Para evitar contaminações cruzadas, lava as ansas de inoculação com detergente antibacteriano antes de as usar.
As propriedades antibacterianas destas membranas tornam-nas úteis para o tratamento de feridas e queimaduras, bem como infecções com bactérias tais como Staphylococcus aureus resistentes à meticilina (MRSA) e E. coli.
Estas actividades estão incluídas nas unidades didácticas desenvolvidas no âmbito do projecto Establish, um projecto financiado pela UE que tem como objectivo estimular a utilização generalizada do ensino das ciências baseado em inquérito dirigido a alunos do ensino secundário (12-18 anos de idade). Um grupo de mais de 60 parceiros de 11 países Europeus estão a trabalhar em conjunto para desenvolver e adaptar unidades didácticas para serem utilizadas nas salas de aula por toda a Europa.
As actividades apresentadas neste artigo foram retiradas da unidade didáctica designada ‘Explorando poros’. Na altura em que seguirão para impressão, estarão também disponíveis unidades no âmbito do som e de deficiências, e estão também planeadas unidades acerca de cosméticos, quitosano, ciências forenses, fotoquímica, energias renováveis e imagiologia médica. Para saber mais e descarregar as unidades completas, visitar o website do projecto Establishw5.
A utilização de nanopartículas nas novas aplicações de cuidados de saúde é muito importante. Compreender o impacto das nanopartículas nas células e nos tecidos é essencial para a segurança, fiabilidade de diagnostico e tratamento de doenças. Muitas nanopartículas médicas são baseadas em metais, e as técnicas de raios-X na European Synchrotron Radiation Facility (ESRF)w6 são adequadas para monitorizar à nanoescala, por exemplo, a interacção entre uma única nanopartícula e uma célula criopreservada (Lewis et al., 2010).
A ESRF é um membro do EIROforumw7, o editor da Science in School.
As actividades descritas neste artigo são baseadas em informação disponível em Wilms et al. (2004; Ficha de trabalho 1), de Alison Graham da Dublin City University, República da Irlanda (Ficha de trabalho 2), e de Laura Barron e James Chapman da Dublin City University (Ficha de trabalho 3).
Ficha de trabalho 1, Ficha de trabalho 2 e Ficha de trabalho 3 (PDFs separados)
Fichas de trabalho 1-3 (document Word combinado)
Alguma vez se perguntou como funciona uma membrane de diálise? Podem os sacos pláticos ser utilizados para filtrar substâncias indesejáveis no nosso corpo? E que tal plásticos antibacterianos? Este artigo aborda o papel dos polímeros nas máquinas de diálise utilizadas para a filtração do sangue e para o tratamento de feridas.
As experiências destinadas a alunos mais jovens descritas neste artigo vão auxiliá-los a compreender a ciência dos polímeros e a forma como estes são utilizados na diálise. Nas actividades destinadas a alunos mais velhos, a turma tem mesmo a oportunidade de fazer o seu próprio PVC – um dos mais comuns polímeros utilizados actualmente – e investigar as suas propriedades antibacterianas.
As actividades serão apropriadas para aulas de química e de biologia, focadas em tópicos relacionados com polimerização, osmose, difusão e excreção. Poderiam ser seguidas por uma discussão da utilização mais geral de polímeros, de membranas de permeabilidade selectiva, ou de excreção.
Andrew Galea, Giovanni Curmi Post-Secondary School Naxxar, Malta