Introduzindo a Ciência na Escola (Science in School) Editorial article

Ao criarmos esta revista estamos cientes de algumas contradições manifestas. A ciência tem um carácter internacional enquanto que o ensino da ciência é organizado aos níveis nacional ou regional. Apesar de a maior parte da ciência actual ser altamente técnica e detalhada, os professores devem motivar os principiantes. Os progressos científicos dão-se a uma cadência elevada, mas pode levar muito tempo até que as novas descobertas encontrem o seu lugar nos programas de ensino. Finalmente, a língua veicular da ciência é cada vez mais o Inglês, enquanto que língua de ensino é habitualmente a língua local.

Contudo, sempre que colocamos professores de áreas e países diferentes na mesma sala, essas contradições dissipam-se em face de questões universais de relevo. A ciência está a tornar-se tendencialmente internacional e interdisciplinar. Os sistemas educativos podem ser nacionais mas as crianças de todo o mundo sentem curiosidade pelos mesmos tipos de coisas. O desenvolvimento mais emocionante do dia pode ocorrer em qualquer parte do globo ou mesmo no espaço: pode ser uma descoberta sobre Marte ou nas profundezas do oceano, um avanço em medicina ou um desastre natural. Nesses dias seria uma pena não pôr os livros de parte nem tirar proveito do maior recurso em ciência e na escola: a curiosidade.

Por estas razões, Ciência na Escola debruça-se sobre o ensino da ciência não apenas através da Europa mas também através das disciplinas científicas: dando relevo ao melhor ensino e à investigação de ponta, aproveitando os pontos comuns entre assuntos e o potencial de trabalho interdisciplinar. Adicionalmente, o fórum de discussão no nosso site também permitirá aos nossos leitores colocar questões, apresentar soluções e discutir tópicos actuais – comunicando directamente sem fronteiras nacionais nem temáticas.

Nunca poderíamos ter atingido esta fase sem o apoio e o trabalho afincado dos cientistas, pedagogos e muitos professores que se mostraram tão entusiasmados pela revista que ora propomos. As organizações europeias de investigação que constituem o EIROforum desenvolveram e puseram em prática esta ideia que a União Europeia acedeu generosamente a apoiar durante os primeiros quatro anos no quadro de um projecto mais vasto de educação científica chamado NUCLEUS.

Evidentemente que o apoio de muitos professores, cientistas, jornalistas e outros que nos enviaram os seus artigos foi decisivo. Um professor pode ser perspicaz a partilhar uma ideia brilhante para o ensino de um tópico científico novo ou a apresentar um tema clássico de uma forma inovadora e envolvente. Ou então um cientista pode estar interessado e apto a explicar uma descoberta revolucionária. É este tipo de comunicação – entre professores Europeus e entre professores, cientistas e todos os envolvidos no ensino de ciência na Europa – que é a peça fundamental da Ciência na Escola.

Por fim, lançamos um pedido de ajuda. Para alcançar os seus objectivos, Ciência na Escola precisa de ser lida – por professores, em museus, em ministérios e por todos os envolvidos no ensino da ciência na Europa. Se nos puder ajudar a divulgar a revista – por email, pela sua página na Internet, por distribuição de folhetos ou mesmo por envio de cópias impressas da revista – por favor escreva-nos um email.

Faremos todos os esforços para publicar online no maior número possível de línguas, mas para isso precisamos da sua ajuda! Se traduzir ou adaptar os artigos, por exemplo criando versões de materiais didácticos que se ajustem ao seu programa, por favor envie-nos o seu trabalho para o podermos disponibilizar online a outros professores.

Outro ponto importante: O leitor poderia ajudar dizendo-nos o que pensa do nosso primeiro número. Do que gosta nele? O que modificaria? Que artigos achou particularmente úteis? Por favor envie-nos a sua reacção através do nosso questionário online.


Author(s)

Eleanor Hayes
Editora, Science in School
editor@scienceinschool.org
www.scienceinschool.org

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CC-BY-NC-ND

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